Análise de segurança viária pelo método iRAP: Entenda a importância da Avaliação de Rodovias
- Concretiza
- 18 de nov. de 2022
- 3 min de leitura
Em 2016 foi desenvolvido na Inglaterra, a metodologia iRap, em português, Programa Internacional de Avaliação de Rodovias, um programa mundial criado para diminuir o número de acidentes graves e fatais. A metodologia visa codificar os componentes da via, que se implantados ou melhorados iriam contribuir com a redução dos acidentes. Basicamente, consiste no levantamento de imagens das rodovias, na realização da codificação dos dados levantados, avaliando aspectos como, geometria da via, largura de faixa, acostamento, canteiro central, sinalização, velocidade diretriz, presença de interseções, obstáculos laterais, custo de melhoria, dados e que posteriormente serão processados e assim elaborados planos de investimentos para tornar a rodovia mais segura.
O método foi criado no contexto de que acidentes de trânsito são um problema enfrentado pela maioria dos países. No Brasil, em 2016, a Polícia Rodoviária Federal registrou mais de 21.000 feridos graves e mais de 6400 óbitos, o que faz com que acidentes de trânsito assumam a sétima colocação no ranking de maiores causas de mortalidade no país. Economicamente falando, segundo a Confederação Nacional de Transportes, os gastos com acidentes em rodovias brasileiras totalizaram mais de 11 bilhões no ano de 2015.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), lançou em conjunto com vários países do mundo, a “Década de Ação pela Segurança no Trânsito”, que iria de 2011 a 2020. Segundo a OMS, o número de mortes no trânsito encontra-se estabilizado desde 2007. Apesar desta estabilização mundial do número de mortes no trânsito, os países de baixa renda e em desenvolvimento apresentam taxas superiores às dos países desenvolvidos e de alta renda. Desta forma, esta metodologia foi criada com foco nos países de baixa e média
renda, onde os problemas de segurança viária são mais graves.
Nestes países tem sido feito esforços para aumentar a segurança viária em diversas linhas de atuação como, por exemplo, legislações mais rígidas, aumento de fiscalização, veículos mais seguros, etc. No Brasil foi realizado um estudo piloto pelo DNIT que objetivou avaliar a segurança de cerca de 3.500 km de rodovias brasileiras. Estudo similar também foi feito no estado de São Paulo em 2014 para avaliar a insegurança proporcionada pela infraestrutura em 4.250 km de rodovias e identificar contramedidas de segurança rodoviária economicamente viáveis. Ao final de ambos os estudos, concluiu-se que parte considerável da extensão analisada oferecia baixa segurança aos usuários e então foram indicados planos de investimentos com contramedidas propostas pela metodologia, que visavam reverter o quadro.
O iRAP desenvolveu cinco protocolos globalmente consistentes para avaliar e melhorar a segurança das vias com base no trabalho dos Programas de Avaliação de Rodovias (RAP) em países de alta renda (EuroRAP (Programa Europeu de Avaliação de Rodovias), AusRAP (Programa Australiano), usRAO (Programa Estadunidense) e KiwiRAP (Programa Neozelandês)) e na experiência de liderança em segurança no trânsito organizações de pesquisa em todo o mundo.
Protocolos do iRAP
Os mapas de risco usam dados detalhados sobre acidentes de trânsito para ilustrar o número real de mortes e ferimentos em uma rede viária.
A classificação por estrelas fornece uma medida simples e objetiva do nível de segurança fornecido pelo design de uma via.
O Mapeamento de Estimativa de Fatalidades que ilustra a distribuição do número esperado de fatalidades e lesões graves em uma rede viária.
Os Planos de Investimento para Vias Mais Seguras (SRIP) baseiam-se em aproximadamente 90 opções comprovadas de melhoria de vias para gerar alternativas de infraestrutura acessíveis e economicamente viáveis para salvar vidas.
O acompanhamento do desempenho permite o uso de classificações por estrelas e mapas de risco para rastrear o desempenho da segurança viária e recomendar a política de segurança viária.
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